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Advogada diz que ficou ‘extremamente constrangida’ após desembargador questionar sua roupa, em Goiân

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 19 de ago. de 2017
  • 2 min de leitura

A advogada Pamela Helena de Oliveira Amaral, de 33 anos, contou que ficou “extremamente constrangida” após desembargador ameaçar deixar uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho, em Goiânia, devido à roupa dela. Um vídeo mostra quando o magistrado diz que ela está usando camiseta. No entanto, ela estava com um macacão longo (assista acima).

Nas imagens, feita na quinta-feira (17), o desembargador Eugênio Cesário, diz que as vestimentas da advogada não estavam adequadas ao local (veja vídeo abaixo). “O fórum é todo feito de simbologia, olha as bandeiras de simbologia lá, olha nossas togas, a que a senhora vai vestir aí e a senhora vem fazer uma sustentação oral de camiseta? Se for para fazer, eu saio”, criticou.

Pamela conta que é advogada há cinco anos e nunca passou e nem viu uma situação parecida. “Um dia antes eu tinha ido ao TST, que é uma instância superior, com uma roupa parecida, um vestido de alça, e ninguém falou nada. Já usei o mesmo macacão em outras situações e nunca tive problema”, relatou.

A advogada conta que tem uma filha de dois anos e amamentava até dois meses atrás. “Eu uso muito dessas roupas com alça para facilitar a amamentação. Eu estava apenas com os braços de fora, mas eu colocaria a toga e nem daria para ver”, explicou.

Além disso, a Pamela aponta que não há uma norma escrita determinando que peças de roupa usar ou não nesse tipo de situação e que ela não estava com nenhuma vestimenta que fosse chamativa ou desrespeitosa.

“No vídeo, uma desembargadora disse que eu estava de vestido, não de camiseta como achou o desembargador. Como eu estava já tremendo de nervosa, envergonhada, concordei e nem expliquei que era um macacão. O vídeo não mostra, mas ele diz que se recusava a continuar lá e saiu. Depois que eu peguei um blazer emprestado é que ele voltou”, continuou.

Por fim ela considera que a atitude do magistrado foi desmedida. “Faltou bom senso e ética da parte dele ao me tratar assim na frente de todos”, afirmou Pamela.

A advogada informou que vai requerer as imagens gravadas pelo próprio TRT durante a sessão e formalizará uma reclamação junto à Ordem dos Advogados do Brasil para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

Em nota, o TRT afirmou que entende ser um "incidente isolado", e acredita na manutenção das boas relações mantidas com os advogados. O G1 não conseguiu contato com o desembargador Eugênio Cesário.

Já a Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) publicou duas notas de repúdio no site do órgão. A instituição considerou que “por conta de um julgamento pessoal e desarrazoado, o magistrado inviabilizou que a advogada fizesse uso da Tribuna para a defesa dos interesses de seu constituinte”.

Além disso, explica que compete apenas à OAB determinar critérios para o traje dos advogados no exercício profissional.

A Comissão da Mulher Advogada também repudiou o ato do magistrado, inclusive pelo “tom autoritário proferido” e que está requerendo providências à direção da OAB para apurar os fatos e tomar as medidas por justiça e coação de novos casos similares.

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