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Ei, machão, sabia que o machismo vai deixar você sozinho?

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 6 de set. de 2017
  • 2 min de leitura

No mundo do direito, existem certas discussões que deveriam se limitar apenas às questões jurídicas. Todavia , como é sabido no Direito de família os ânimos são muito mais alterados do que o comum.

O machismo extrapola fronteiras, mais do que se pode imaginar...Não se trata de mero "mimimi", mulheres que sofrem qualquer tipo de abuso, deve com absoluta convicção, buscar apoio para manter acima de tudo sua dignidade

Era uma apelação em causa de família – um irreconciliável divórcio litigioso e, nele, a conclusão no acórdão foi reveladora: "O choque de culturas vertido pela antiga tradição familiar japonesa é a causa do fracasso no casamento".

E, assim, o julgado pôs fim ao matrimônio de um casal de japoneses, moradores de cidade gaúcha, depois de vários meses de desavenças.

Ele viera ao Brasil ainda menino e ela, 15 anos depois, já moça – quando os costumes orientais tinham sido modificados. Conheceram-se em Porto Alegre, onde também casaram.

Diferença etária: 16 anos.

Ele ocupava as horas livres lendo sobre a cultura samurai; ela gostava de teclar no notebook e tinha amigos no Facebook.

Ele não permitia que ela se relacionasse com vizinhos; exigia-lhe sempre usar saias compridas. E quando os dois brigavam e a esposa saía de casa, ele não permitia que ela voltasse ao lar no mesmo dia; nem perguntava o nome da amiga em cuja casa ela passara a noite.

Na rua, quando caminhavam, ele exigia que, na mesma calçada, ela se postasse atrás dele.

“O marido impunha à mulher o jugo da submissão” – resumiu o relator, depois de evocar a fala de uma testemunha, também japonesa, que informara que “o conflito conjugal era motivado pela total diferença de pensamentos deles".

Outro depoimento revelou que"ele é um homem trabalhador e honesto, mas exigia da esposa, no Brasil, o mesmo padrão de 40 anos atrás no Japão: proibição de dirigir veículos; não levantar a voz; nunca sair de casa sozinha".

Uma terceira testemunha completou que"ela é uma mulher séria, mas moderna, apegada aos padrões culturais e intelectuais dos tempos atuais, instrução superior”.

Em primeiro grau, a sentença afirmara que o casamento findara por culpa só do marido, sendo improcedente a reconvenção que ele propusera contra a mulher.

Na apelação que interpôs – e que foi provida em parte pela Câmara – os desembargadores decidiram pela “culpa concorrente, justamente representada pelas profundas diferenças em seus respectivos jeitos de viver".

O relator arrematou com um detalhe revelador: “No depoimento pessoal, a esposa contou seu desconforto pessoal porque o cônjuge não permitia que ela tomasse a iniciativa das relações sexuais”.

Permaneceu o silêncio na pequena plateia e o presidente arrematou: “Esse detalhe sobre a reserva conjugal não vai no acórdão. Vamos ficar só no choque de culturas!”

Yorumlar


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